quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Máquina da Crise

Kubrik anteviu a realidade urbana dos nossos tempos. Com imagens que refletem o medo e a violência do período em que foi concebido "Laranja Mecânica", apenas plasmou no cinema os reflexos do desemprego em massa, a decadência da moral e costumes, alertando para o perigo das pretensões liberais e conservadoras, em tirar proveito de uma situação de crise (a actual crise económica europeia) para castrar a própria ética democrática.
Uns poucos farão fortuna, com a crise económica de muitos, cidadãos europeus despojados dos seus direitos. Outros, pela revolta, poderão levar a Democracia ao seu próprio suícidio, à abnegação da própria cidadania europeia... a cícuta foi assim dada à Grécia. Tudo isto, sem guerras declaradas, apenas pelo receio das incertezas do futuro.
A certificação do medo!
Engendramos inimigos invisíveis, e poucos são os "druguis" de Alexander DeLarge (Alex, no filme) capazes de resistir à tentação no mergulho colectivo da destruição, de destruir o maior bem da  humanidade... a capacidade de sonhar, pretender um futuro melhor.