segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Lisboa Mete Água



Por vezes a entrevista programada… mete água.


E, respondeu assim a Rainha:

- Não são cheias, senhor, cheias da capital! São rosas de Portugal…

No dia da catástrofe, das cheias de Lisboa, e da Declaração da Independência do Kosovo, onde estavam os governantes do país? O Presidente estava nas areias tórridas da Jordânia a ver Petra, uma das 7 maravilhas do mundo – enquanto o pânico das cheias inundava a população lisboeta, sem que tivesse sequer sido alertada pela Protecção Civil, com a mínima antecedência – e, alertava o Presidente para a prematura decisão dos albaneses, que festejavam já o apoio dos EUA… na esperança que o Governo português ouvisse os ecos do deserto. Mas o 1º ministro, estava em directo na TV, falando das 4 reformas do Estado – dando ênfase, às reformas para o “bem da nação” – e, apesar de ter passado pelas estradas inundadas da capital, nem uma palavra sobre as cheias! É... apesar de já ter ocupado o cargo de ministro do ambiente, deixou que fosse o actual ministro da tutela a falar… a dizer, que a responsabilidade não era dele (governo), era das Câmaras e Juntas de Freguesia que não “limpam as sarjetas” – dirá um Eng.º., do saneamento! Pois!... nem os ecos do deserto chegaram à estação da SIC, nem, para o governo, parece que há temporal (dos piores desde 1983), mesmo quando transmitido em directo e pela mesma estação televisiva onde se senta o governante, no mesmo dia, para falar do país! Afinal, de que País?
“E esta, hein!” que saudades, Fernando Pessa, que saudades…

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Fiat Lux


Fernando Pessoa, em 1917, ano da aparição da "senhora celeste" de Fátima, escreve;

"A Europa tem sede que se crie, tem fome de futuro.
A Europa está farta de não existir ainda! Está farta de ser apenas o arrabalde de si própria!
A Europa quer passar de designação geográfica a pessoa civilizada!
Proclamo isto bem alto e bem no auge, na barra do Tejo, de costas para a Europa, braços erguidos, fitando o Atlântico e saudando abstractamente o infinito!"


Cria-te Europa - Renasce da terra e transforma-te em alma.
Urge cumprir o desígnio, a união europeia é um passo para o fim das super-potências, arautos não eleitos para policiar o mundo. Portugal Europeu com a finalidade social, da melhoria de vida, das gentes que um dia partiram para o futuro, alargando os horizontes do mundo, na aventura da descoberta. Todos os povos são diferentes, mas é de igualdade a "fome" que Pessoa retrata, direitos iguais para gentes diferentes, e respeito de seus direitos sem obrigações... é de liberdade o desígnio, não de leis restritivas e condicionantes. Obrigações ditadas pela lei (sempre feita pelos homens) que não visem o bem comum, ou a liberdade do próximo, não passam do virar de costas para os seus. O manifesto é de civilização... aos governantes, "fazedores" da nova europa, pede-se o sacrifício do zelo pelo bem público - é essa a sua função, pública função, servir o cidadão. Quiçá contra os interesses de alguns, porventura de si mesmos, governo ou dirigente terá por sua pena, o sacríficio do zelo pelo bem comum... "de olhar fito no futuro". Por um amanhã, mais solidário, mais igual, mais brilhante que o cinzento baço político apenas parece discernir. Um candidato ao desígnio de governar, tem de abnegar de si próprio, para só servir o seu povo - a causa pública não é abstracto, é a realidade das condições de vida, que no dia a dia, os povos trilham, na escalada da montanha mais alta... subindo à civilização!
Ser europeu significa saber olhar um futuro, desprovido de guerras e de fome, iluminado pela chama da civilização.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Nunca Digas Nunca


Este Portugal Profundo tem coisas destas, a arte do saber surpreender... E António Balbino Caldeira apresenta de novo, um filme (já quase esquecido) para as estreias da ribalta política.

Às ordens de sua majestada, um regresso ao 2007, quando nos cinemas das pipocas, surge a resistência gaulesa perante o dominio de César com Astérix e Obélix (a inteligência e a força) em confronto aberto nos Jogos Olímpicos (arena de combate ideológico), contra a tirânia e a arrogância! A César o que é de César, mas a Heródoto o que é da História e a Sócrates o que deriva da Filosofia...