sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Outono do Meu Descontentamento


Ah AH Ah ah ah ah
 ah ih ih ih
 ahhh ah ah
 ah AH AH AH
AH AHah ah
 ih ih ih
ah ah ah ah
ihhhh iiiih
ah ah ah
ihih ia ah ah
ahhhhh





Prosa Poética Sem Versos Nem Rima

Durão cativo e fraco na guerra de todos os males, tresmalhou-se…
Guterres olhou ao seu rodo e partiu, assustado pelo que viu…
Santana pulou descontente na valsa putativa da presidência…
E Sócrates chegou p’ra ficar, nas doze badaladas da fábula… estacou!

O povo votou PS, crédulo na sua genuidade e os socialistas perderam a liberdade…
A pedofilia arrastou-se entre abraços, pela lama debutante da Confraria…
Jornalistas, por políticos escorraçados, deram ética à desordem…
Tantos são os casos, que mais se ganha calando a boca de quem fala…

Aos seguidores da perdição, as promoções abrigam a desnuda cobiça…
São os gestores, vice e secretários, analistas e economistas, que emudecem…
Esfrega as mãos belzebu, senhor das finanças e das crises, que o terreno é propício…

Do manguito português desdenham os que subiram ao alto da árvore sem folhas…
Estancada a natureza da génese, sobra a indiferença da penúria dos prados quentes sem rios…
O português morreu defunto da política que tudo queima e à força de querer renovar, tudo mirra…

“-Aqui d’el rei que a república nos rouba!” ouvem-se alguns gritar, mas não é grito ainda, é sussurro quase surdo, de almas penadas pela desilusão de quem acordando vê o sonho destruído, um ranger corroído pela mentira. Falta-lhes a voz, de tanto espanto, tanto abismo…

As promessas quando ditadas nos lábios de mentirosos, nunca escrevem e sempre esquecem o anterior parágrafo, embalados que ficam pela cadência das palavras ocas e soltas ao vento...

E quem não sente, não é filho de boa gente. E “gente” no falar sem acordo significa multidão, povo, população, nação e resume que é humana, que é Pessoa.

"A humanidade sofredora é cega -
O resto é apenas ser..."