quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Por Uma União Europeia Renovada

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A Europa está em crise? A austeridade é requisito para sair da crise? Que aconteceu ao projeto europeu para a paz e o bem-estar dos povos?

É com a penúria que saímos da crise? “Comerás o pão com o suor do teu rosto”?, e como?, se falta trabalho e quem trabalha não consegue seu sustento?  Que faz a eleita classe política?
O povo da não “fez um esforço para melhorar a economia" como dizem… PROPAGAM!
O que aconteceu foi que o povo foi expolido dos seus rendimentos e o país empobreceu para que os políticos salvassem alguns bancos, que por natureza abririam falência por seus procedimentos impróprios. Ássim se salvam também os políticos?!
O que acontece é que para que os especuladores da banca internacional, ditos investidores, pudessem manter os seus lucros com empréstimos especulativos, serviram-se de políticos e políticas da Troika e da fraqueza política da união europeia, ditando aos pequenos países para cortarem os gastos em serviços públicos e subir impostos, garantindo assim a manutenção dos seus lucros face às percas globais a que foram sujeitos com o "crash" de 2008, os gastos da guerra com o Iraque e as fugas de capitais do Ocidente para os Países Emergentes.
Foi isto que aconteceu, e por falta de visão estratégica para o futuro da Europa, o argumento político só consegue explicar que a situação económica está a melhorar, ignorando a pobreza em que as pessoas vivem, desde o aumento d a extrema pobreza à descida de condição da maioria das populações (classe média) dos países endividados (e estes são todos, incluindo os EUA).
O dito “esforço” que o povo português fez para recuperar a economia, não passa pois de um embuste, com vista a manter o status do lucro fácil na especulação do possível estado de falência do país, incongruente com uma moeda comum na EU.
O Banco Central Europeu pode facilmente gerir insolvências com a harmonização entre os países da EU, pode desvalorizar o valor da própria moeda e financiar investimentos capazes de favorecerem o desenvolvimento económico, mas isso contradita a alta finança, o lucro de poucos que muito ganham com a dita possibilidade de um Estado falir… como se isso fosse possível. Podem falir as multinacionais e as grandes sociedades de investimento, mas não será por isso que o território deixa de ter economia, troca de bens e vida própria. O medo foi e é a arma do crime. Pelo medo se leva qualquer povo a austeridade de vida. Não terás trabalho para teu sustento, é o novo dogma da arbitrariedade, como se o trabalho fosse enriquecer apenas alguns, como se a condição humana pudesse regredir à época medieval.
A agonia do capitalismo é notória, com tentativas de ditadura sobre a própria democracia, sem vergonha nenhuma na exposição dos seus intentos em governar os próprios governos eleitos…

O Ocidente perdendo os seus valores democráticos, torna-se incapaz de manter a sua própria hegemonia e força de coesão económica. A europa pode estar no seu declínio, se pela austeridade quiser manter a riqueza de um capitalismo que apenas empobrece as nações, e este medo parece ser desconhecido pelos responsáveis políticos do rumo da UE, preocupados que estão em espalhar o "medo" da insolvência, o "medo" da falência do Estado, o "medo"da falta de dinheiro.
A moeda é única, mas os lucros e usufruto do seu valor é só para alguns, os mesmos que espalham medos insólitos e governam lucros absurdos que subtraem da economia real para proveito próprio, nas aplicações financeiras especulativas, juntamente com os grandes bancos e seguradoras que não se regulam pelas regras da democracia, mas sim por um capitalismo selvagem, que apenas leva à verdadeira penúria do esforço comum dos povos. Hoje a guerra não é entre as nações europeias, como foi na 1ª e 2ª G.G.M., é entre a ideia de uma europa comum democrática e desenvolvida e uma europa subjugada ao capitalismo desenfreado e anónimo.
A retórica política pode subestimar a vontade dos povos, mas o povo não ignora os seus ditadores.
A esperança nunca morre, morrem sim os ditadores, e com o tempo...
passam as agruras, a austeridade. Um povo adormecido, mesmo que tarde... sempre acorda!