sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Portugal Sem Rumo

Quando a economia governa as opções políticas, o timoneiro vai sem rumo, levando a nau para o mar dos sargaços, ou rumando para a rebentação dos rochedos do Adamastor... arrastando o fardo da dívida,
Vai Portugal sem rumo!

Tanto devem as energias renováveis servir o interesse global, como a economia deve ser um meio para a felicidade dos povos, no seu progresso sócio-cultural, e por consequência, providenciar e servir ao mundo, um futuro melhor, harmonioso. Endividar o amanha por incapacidade política, é desmembrar a nobreza da função pública, é ferir o equilíbrio sócio-económico, atirar para o genocídio a própria noção da Republica, é decapitar os princípios da democracia por segregação da função de serviço à nação.

A incapacidade de bem governar não tem auto-reconhecimento, embebido que está na sua imagem pública, daí a razão da democracia, em poder escolher as alternativas mais capazes, para traçar o rumo certeiro ao porto. Quanto mais alterados os mares, em tempos de perigosas vagas da incerteza, mais empenho devem ter os marinheiros nas suas tarefas próprias. Cada um, a seu posto, deve sempre fitar a finalidade comum, chegar sã e salvo ao abrigo mais próximo, salvaguardando assim a caravela que a todos transporta. E isto não é endividar o futuro… é salvaguardar o futuro de novos rumos, de novas viagens.

A crise financeira de Outubro foi o culminar da incapacidade capitalista, o colapso de uma vã ganância primitiva e irracional. O sistema do lucro mostrou-se tal como é, como não fidedigno do bem geral civilizacional, e como mapa organizacional, dos estados e povos, demonstra a necessidade de novas mentalidades, onde a riqueza maior se encontra no bem-estar dos cidadãos e do mundo, não na infame acumulação de riqueza, mas na sua aplicabilidade redistributiva. Novos timoneiros serão precisos para a viagem das novas descobertas, novas formas de energia que preservem o planeta e novas políticas que salvaguardem a humanidade. A incerteza pode sempre pairar durante a navegação, no rumo a novos paradigmas, mas com fito na felicidade, o ousar será sempre o aliado natural dos novos argonautas...

E tudo que seja cobiça, fraude, engano, usurpação, exploração do próximo, seja o timoneiro ou seu faxina, e tudo o mais que nos leve a endividar o futuro, as crises financeiras ou económicas… tudo isso, borda fora! Sejam eles príncipes ou mandatários do papa, sejam reis ou jograis, reputados europeus deputados ou presidentes, analistas ou mandatários, tudo o mais que seja de mau augúrio ou infortúnio… que vá borda fora!!!

(E) borda fora… (por)que Portugal vai sem rumo!