sexta-feira, 15 de maio de 2009
Os Servidores da Banda Larga
Portugal, ao velho estilo dos vendedores de aspiradores dos anos 30, nas terras do tio Sam, encontra-se numa cruzada de “telefone+televisão+internet” sem Lei nem Grei.
As empresas nesta área mostram-se mais aguerridas que o próprio D.Quixote no seu ataque suicida aos moinhos, sob o lema dos mosqueteiros… Um contra Todos! Tal como as Ordens de cavaleiros, pretendem cada qual, possuir as melhores ofertas para os seus clientes no porvir, gente da plebe sem pavio de conhecimento dos seus direitos, tão simples como básica exigência de devido respeito no trato, atendimento, como cliente.
Nas obrigações das Castas Ordens, as empresas prestadoras dos serviços, parece vigorar apenas a Lei Fundamental; angariar mais um cliente! Depois as obrigações esvanecem como pôr-do-sol nas terras do oriente. Fica o cliente agrilhoado na máquina automática e repetitiva “se pretende comunicar uma avaria marque 1, se pretende…”
Pagos a peso de ouro, as albardas dos Servidores da Banda Larga, esvaziam qualquer pretensão da humilde plebe ripostar, recorrendo a El-Rey, que este é quem emite o alvará para os despautérios que cortam o telefone, ou a Net, ou dia-sim/vez-sim, mudam as frequências, os pacotes e os canais da TêVê! A evasiva deste ataque aos direitos de ser bem servido, encontra expressão nos almanaques dos operadores: “Olá seja bem-vindo”, e mais adiante “devido a trabalhos a decorrer na central, a indisponibilidade temporária (avaria?) será resolvida o mais breve possível”… Queda-se mudo, à espera no recato da humildade, o cliente! O pobre convertido à nova era da informação! Que luta se travará na central? Centro do mundo. Que artes e engenhos por lá se digladiam?
Enquanto a permanência absoluta da avaria se impõe, sem descanso, acorrem outras ordens do tempo, concorrente dos templo tecnológica, a indagar “ Tem banda larga? Pretende a promoção que estamos a oferecer?”… tal como tudo começou, antes de ser cliente, antes de ter avarias, de ter de esperar pagando, pagando sempre, antes de ter ingressado pelas cruzadas da nova era da revolução dos Mega botes…
Isto é o futuro! Ou, porventura foi um breve futuro… o das ordens, das cruzadas.
Pois claro que as Ordens foram extintas. Acabaram-se as cruzadas, contra os clientes…
No presente, a noção do serviço devido aos clientes, entope a goela das sanguessugas, apenas interessadas numa nova vítima da sua sede infinita, por sangue infiel.
Pretende-se a estatística, o número mais alto, o amealhar avaro da cotação mercantil, e pode assim Portugal dizer ao mundo descrédito… Somos o número Um no acesso â Banda Larga! Assim correndo, à frente de todos os outros, arrastam atrás de si, os espezinhados incautos, os seus próprios clientes.
A Bem Servir… pelo servir.
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