Os chocolates (todos os derivados do leite em excesso de produção) assim como os produtos (melhor, químicos!) tipo rebuçados e xupa-xupas, estão a ganhar a guerra de décadas contra o tabaco, assim como, os refrigerantes e gelados representam uma das maiores fatias de mercado no consumo europeu. Imagine-se como será com as novas medidas adoptadas em França… com possível aplicação pelos restantes países. Ao entrar num bar, apague o cigarro!... pois, que o interesse agora é outro. Qualquer consumidor gasta mais se não fumar, em todos os produtos supérfluos que abundam nos países desenvolvidos, e escasseiam na África e Ásia. A cidadania devia implicar, energia e água estatizada, marcada com um preço baixo, pois que este bem é de pertença a todos os habitantes, e até as empresas petrolíferas deviam subsidiar todos os projectos que fossem de interesse básico comum… assim, dir-se-ia com propriedade que os países eram “desenvolvidos”. O atraso reside na premissa de que a “legitima” exploração capitalista é o fundamento do desenvolvimento, das economias (não dos cidadãos). O exemplo dos magnatas árabes sustentam esta tese… os seus compatriotas continuam a comer tâmaras com pão, enquanto o sultão viaja de jacto particular, e tem o iate na marina privada. A fonte de riqueza é no entanto… o ouro negro da terra dos ancestrais comuns. Estamos no declínio de seu valor, face às energias limpas...
A distribuição de riqueza, tal como a repartição do trabalho (por tempos distribuídos pela totalidade da população activa) é no futuro a via pela qual um país será considerado “desenvolvido”… até lá, resta ainda a chucha dos lobbys no saque de bens comuns a toda a humanidade, a acumulação de riqueza de uma minoria desconhecida (não aparecem no 100 mais ricos do mundo da Forbes). A compra dos rácios de poluição, permitem ainda aos ricos, subjugar os países pobres… que um dia com o desenvolvimento serão também eles, poluidores sem quotas para vender… Isto, o capitalismo não prevê (não interessa o futuro, só o presente ou lucro imediato). Acresce que para os ricos “venderem” está subjacente que os pobres precisam de alguns recursos, que lhes permita “comprar”, esta é a balança da dicotomia dos tempos modernos. Filosóficamente, diríamos que Zaratustra falava do sonho do homem, voar, enquanto o realismo de Wilhelm Reich escutava ("Listen Litle Man!"-1948) as necessidades básicas comuns à humanidade. Socialmente seria a justaposição das teorias de Josué de Castro (in, “Geopolítica da Fome”) sobre a chegada da subnutrição aos países em vias de desenvolvimento, e a técnica da banda gástrica desenvolvida para obesos (a indústria farmacêutica é o maior aliada da alimentar). Com estes parâmetros, nem Agostinho da Silva, nem a madre Teresa de Calcutá, conseguem afrontar os desígnios do determinismo económico, alicerçado num capitalismo chamado “liberal”. O “homem bom”, de Rousseu, converteu-se no apostador do euromilhões, e o sonho de voar como a águia, enlouqueceu-o, e tal como sucedeu com a loucura de Nietzsch, o bom selvagem converteu o "pessoal" em “globalidade”, esfumando-se o seu altruísmo em cobiça de grandeza.
Este artigo tem assinatura de “ Zé Ninguém” e foto/design de Salvador Dali
1 comentário:
Excelente artigo, muito global e abrangente. O Zé Ninguém é fumador, pois esqueceu-se de referir que chupar chocolates não incomoda, nem afecta a saúde de quem está na mesa ao lado.
Marco Pestana
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