quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
A Net o Bom e o Mau
Buda encontrava na paz da solidão, observando uma pedra, todas as formas de vida e a interacção de todas as coisas, as que tinham nome e as desconhecidas. A filosofia oriental designou este estado de atenção como Kundalini, a meditação que transcende os sentidos e eleva o ser humano ao mais profundo e infinito estado, que é per si, o absoluto da vida.
No Ocidente, este sentir da forma como evolui o mundo, fica entregue ao pensar dos poucos intelectuais, para quem o pensamento serve de descoberta, mais um meio, entre as formas de Arte apreendidas, para que o Homem se encontre consigo mesmo, e supere o fatal destino desconhecido, a própria morte, buscando no pensar, a compreensão do significado mais profundo do Viver.
Umberto Eco: "A educação deveria regressar às estratégias das oficinas da Renascença. Aí, os mestres podiam não ser capazes de explicar aos alunos por que razão uma pintura era boa em termos teóricos, mas faziam-no de maneiras mais práticas. Olha, isto é o aspecto que o teu dedo pode ter e este é aquele que deve ter. Olha, esta é uma boa combinação de cores. A mesma abordagem deveria ser utilizada nas escolas quando se lida com a internet. O professor deveria dizer: "Escolham qualquer assunto: a história da Alemanha ou a vida das formigas. Pesquisem em 25 páginas web diferentes, comparando-as, e tentem descobrir qual tem informação importante e pertinente". Se dez páginas disserem a mesma coisa, pode ser sinal de que essa informação está correcta. Mas isso também pode acontecer porque alguns sites se limitaram a copiar os erros dos outros."
É desta forma simples que Eco explica como podem os Sites da Net ser tão comuns ou tão importantes, tal como o ensinamento de um sábio ou dito de um ignorante, como destrinçar o bom e o mau, no mesmo meio ambiente... Porque, Navegar é Preciso!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
De Fernando Pessoa para Bartolomeu Dias
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
TVI - o Jornal das Sextas
actualização sexta 5 Fev. 2010 - divulgado pelo jornal SOL, a mentira e envolvimento de José Sócrates na Face Oculta.
Agora um Sócrates visível...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Os Putrefactos da Lusa Pátria
NÃO, NÃO ACREDITO
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Jorge de Sena
31 anos depois de ter morrido na Califórnia, Sena só regressou à pátria depois de morto.
Jorge de Sena - um dos maiores escritores do século XX, um dos gigantes da Língua Portuguesa. (Um surrealista da arte escrita, com a imortalidade de Camões e Fernando Pessoa)
Da poesia de Jorge de Sena ao seu único romance, Sinais de Fogo, da veia satírica à intensidade erótica da sua obra, dos ensaios sobre outros autores à sua relação com os alunos, Jorge de Sena (o poeta sr. professor de literatura) é-nos devolvido por Eugénio Lisboa e Jorge Vaz de Carvalho como nunca o viu.*
Damos-lhe ainda (ver RTP2 - Camara Clara ) o Sena por Mário Viegas e por João Grosso. E Eugénio de Andrade, sobre o Sena, pela voz de Jorge Vaz de Carvalho (barítono, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas)
* Um registo televisivo de Paula Moura Pinheiro que contribui, assim, com uma pequena luz, entre nós, para a grandeza do brilho lusitano.
domingo, 25 de outubro de 2009
Filhos Divinos
(imagem... da civilização)
Depois veio a vergonha e a consciência do pecado. Por ter somente acedido a trincar o fruto da sapiência, do conhecimento, a maçã que lhe fora oferecida, pelas mãos de Eva, pelo ardil do inimigo de Deus.
(imagem... do homem e anjos)
Mas como foi que tudo começou? Com o nascimento do filho do homem? Adão teve dois filhos, Caim e Abel… e assim começa a saga do Homem. Um dos dois filhos seria seu, apenas Eva saberia dizer qual. Sabemos da serpente, que Deus a prosternou a rastejar, e seria calcada por uma mulher, mesmo que ferida no seu calcanhar. Mas qual, o filho da condenada serpente, Abel ou Caim o construtor de cidades? Os Samaritanos chamaram-no de agricultor, não de arquitecto, e a sua descendência seria condenada a errar pelo mundo, e a perecer no Diluvio – tudo isto, porque não oferecera a Deus uma oferenda de sangue, como teria Abel feito, sacrificando um pequeno bezerro. A dúvida de qual dos dois primeiros irmãos da humanidade, é de linhagem divina, resta em interpretações, tão misteriosas como o desconhecimento que resta do absoluto. Qual o filho do Homem, o filho de Adão? Como poderia a serpente fecundar Eva? Adão conheceu Eva e dela gerou Caim, Abel, e mais tarde, Set, o filho da linhagem divina, da "raça dos filhos de Deus"…
Um anjo banido do reino divino, Lúcifer, por sua rebeldia, teria ardilosamente tomado a forma de serpente, enganando a criação divina, com o fruto da árvore sagrada, o fruto proibido? O mito do poder hipnótico associado à serpente, poderia enganar a inocência de Eva? Porque Deus optou por um dos dois filhos, sendo ambos descendentes do primeiro casal da terra? Os textos sagrados dizem que Deus deu a explicação; valorizava com mais apreço o sangue animal que os vegetais da terra, a oferta dos frutos e primeiro cultivo de Caim, que Deus não apreciava como oferenda, valorizando mais o sangue animal, na oferta de Abel, o pastor, seria a forma do anjo rebelde provocar antes a soberania de Deus de que prejudicar o Homem? A árvore de frutos da qual Adão fora proibido de tocar, sendo árvore do conhecimento, pretendia que a criação do homem, não tivesse consciência de, em si mesmo, ser uma manifestação divina? Como poderia então Adão adorar Deus? Nunca o saberemos, pois que sabendo desses mesmos desígnios para a espécie humana, o anjo caído aproveitou um momento de indecisão de Eva, e perguntou “porque não comes do fruto da árvore?” A tentação é um apetite, mas é também um desejo… o fruto era, o conhecimento. Que poder ambicionava o príncipe das trevas, o poder do mal ou do governo da terra? Não sabemos, dos escritos, resta a parábola, a forma simbólica, a Génese da criação do homem e do pecado, do bem e do mal. De todo o saber adquirido pelo homem, do seu início tudo está envolto num sono letárgico, porventura a surgir no fim da batalha entre as divindades. Tudo parece uma guerra entre deuses e semi-deuses, envolto na névoa do Olimpo, confuso que fico entre divindades e criação. Dos textos legados, por quatro séculos transmitidos e por outros quatro séculos feito em Escritura, mesmo que se resuma a um só livro, um Bíblico, ficam as dúvidas com uma única certeza – a existência da criação, do Homem, com o que emana de Bem e de Mal.
Resta hoje, a percepção de todos sermos uma particula de uma consciência maior, uma centelha divina. A consciência de sermos Filhos da Divindade, da Serpente e do Homem.
No poema "Cântico Negro" (declamado por João Villaret) José Régio dizia; "Deus e o Diabo é quem me guia"
sábado, 17 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
The Raven
chuva não bate assim...
Baltimore prestou homenagem ao escritor mestre da literatura fantástica. Se no seu funeral, apenas o acompanharam 7 pessoas, a cidade onde jazz o escritor do "The Raven", 200 anos após a sua morte, realizou um segundo funeral, prestando as honras devidas de um último adeus...
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
O Tempo Eleitoral

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Começou a Campanha Eleiterritorial... O leite da terra portuguesa. Claro que seria preferível que fosse antes - a nata do território nacional - aí, sim... tratar-se-ia de eleger os melhores entre os melhores. Então tudo faria mais sentido, podíamos mudar o mundo.
sábado, 1 de agosto de 2009
Navegando por Agosto
Na Madeira o barco não leva CHIP de matrícula...
segunda-feira, 20 de julho de 2009
40º Aniversário

para o homem...
sábado, 18 de julho de 2009
Expresso Publico

A expressão pública é de espanto? Os jornalistas do “Publico” aceitaram ganhar menos para não serem alvo de despedimento colectivo. Tudo porque as vendas caíram… Os accionistas temem pelos lucros.
A Administração e seu gestor não descobriram outra solução.
À falta de soluções e falta de criatividade, nada como “tudo pelo mais fácil”
O outro lado da notícia é a assinatura da "Declaração de Hamburgo", pelos Grupos de mídia, que advogando direitos de autoria tentam impedir a cópia de conteúdos na Net, chegando ao ponto de pedir que os ditos “piratas” sejam “banidos das redes” pelos Servidores de Acesso à Rede. Tudo pelo interesse dos accionistas…
A solução proposta encontrada por estes signatários… é, pagar!
No meio disto ficam os… Jornalistas: Os fazedores dos conteúdos, aqueles mesmo autores, a quem os gestores não querem… pagar!
A crise financeira não só resultou em crise económica, mas em crise de gestão ética!
Não são estas as empresas necessárias no futuro, com a sua informação “afunilada” e repetida 24 horas, iguais a todos os mídia, sempre com um alvo propagandístico a atingir… com 10 ou 20 notícias entre milhares de acontecimentos que grassam pelo mundo, privando assim uma maioria planetária, ao conhecimento do mundo moderno. São formas de gestão ultrapassadas pelo próprio tempo, a tentar manter a sua idade, em desespero, com falta de sabedoria em compreender, que “Tudo Se Transforma”.
O mundo global, afinal não corre no sentido pretendido por uns, segue com junto com a evolução do próprio homem e transforma assim, o meio e os métodos, de se chegar à informação… ao conhecimento.
Podem aqui espalhar o medo da grande pandemia, que ali, outros divulgarão a magia da alegria, acolá a alquimia do amor… e a todos estes, todos os outros terão acesso a saber, a conhecer e a escolher o seu próprio caminho. Porque todos sendo iguais, são diferentes, contrariamente ao que se disse. E porque o Homem, sempre reexaminou tudo aquilo que foi dito… e isso o aproximou, sempre mais, do conhecimento! Por isso mesmo o conhecimento, não é definitivo… mas passível de divulgação.
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A World Wide Web, não é uma Empresa & Co., Limitada (Lda.)
Nem é Sociedade Anónima… é humana, global e individualmente personalizada.
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Nota de esclarecimento: piratas – ladrões do mar (navegação)
Nota de informação: cópia de conteúdos – divulgação e redistribuição alargada de conteúdos informativos.
Nota de síntese – É do interesse de todos, que a divulgação de conteúdos para além de uma fonte (limitado a um grupo) seja tanto quanto, mais abrangível e diversificada possível, por meio da WWW.
domingo, 12 de julho de 2009
A Grande Farsa

Depois de Al Gore, este é o documentário mais surpreendente sobre as alterações climatéricas, mas com uma outra conclusão:
As emissões magnéticas solares!
Afinal não é o homem, o responsável pelo aquecimento do globo, com as emissões de dióxido de carbono, mas sim as manchas circulares do poderoso astro-rei, o sol.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
A Star is Born

domingo, 7 de junho de 2009
Eleição Parlamento Europeu

quinta-feira, 4 de junho de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Os Servidores da Banda Larga

Portugal, ao velho estilo dos vendedores de aspiradores dos anos 30, nas terras do tio Sam, encontra-se numa cruzada de “telefone+televisão+internet” sem Lei nem Grei.
As empresas nesta área mostram-se mais aguerridas que o próprio D.Quixote no seu ataque suicida aos moinhos, sob o lema dos mosqueteiros… Um contra Todos! Tal como as Ordens de cavaleiros, pretendem cada qual, possuir as melhores ofertas para os seus clientes no porvir, gente da plebe sem pavio de conhecimento dos seus direitos, tão simples como básica exigência de devido respeito no trato, atendimento, como cliente.
Nas obrigações das Castas Ordens, as empresas prestadoras dos serviços, parece vigorar apenas a Lei Fundamental; angariar mais um cliente! Depois as obrigações esvanecem como pôr-do-sol nas terras do oriente. Fica o cliente agrilhoado na máquina automática e repetitiva “se pretende comunicar uma avaria marque 1, se pretende…”
Pagos a peso de ouro, as albardas dos Servidores da Banda Larga, esvaziam qualquer pretensão da humilde plebe ripostar, recorrendo a El-Rey, que este é quem emite o alvará para os despautérios que cortam o telefone, ou a Net, ou dia-sim/vez-sim, mudam as frequências, os pacotes e os canais da TêVê! A evasiva deste ataque aos direitos de ser bem servido, encontra expressão nos almanaques dos operadores: “Olá seja bem-vindo”, e mais adiante “devido a trabalhos a decorrer na central, a indisponibilidade temporária (avaria?) será resolvida o mais breve possível”… Queda-se mudo, à espera no recato da humildade, o cliente! O pobre convertido à nova era da informação! Que luta se travará na central? Centro do mundo. Que artes e engenhos por lá se digladiam?
Enquanto a permanência absoluta da avaria se impõe, sem descanso, acorrem outras ordens do tempo, concorrente dos templo tecnológica, a indagar “ Tem banda larga? Pretende a promoção que estamos a oferecer?”… tal como tudo começou, antes de ser cliente, antes de ter avarias, de ter de esperar pagando, pagando sempre, antes de ter ingressado pelas cruzadas da nova era da revolução dos Mega botes…
Isto é o futuro! Ou, porventura foi um breve futuro… o das ordens, das cruzadas.
Pois claro que as Ordens foram extintas. Acabaram-se as cruzadas, contra os clientes…
No presente, a noção do serviço devido aos clientes, entope a goela das sanguessugas, apenas interessadas numa nova vítima da sua sede infinita, por sangue infiel.
Pretende-se a estatística, o número mais alto, o amealhar avaro da cotação mercantil, e pode assim Portugal dizer ao mundo descrédito… Somos o número Um no acesso â Banda Larga! Assim correndo, à frente de todos os outros, arrastam atrás de si, os espezinhados incautos, os seus próprios clientes.
A Bem Servir… pelo servir.
domingo, 3 de maio de 2009
Parabéns Pete!
Foi com Pete Seeger que a musica popular americana ganhou a consciência do poder, “The Power Of song” cristalizando a alma de Luther King, com quem combateu pelos direitos cívicos, percorrendo os caminhos de pó e lama das cidades da américa negra e pobre, nas digressões com Woody Guthrie. Resistiu e persistiu como personagem mítico da esquerda ameaçadora dos privilégios do poder branco, influenciando a geração Hippy dos anos 60 “Make Love Not War”, até ao momento simbólico do acto que renega a expressão “Dos fracos não reza a história”; reapareceu como lenda viva, no momento em que o livro da História virava mais uma página, no momento que emocionou a América profunda, na cerimónia de tomada de posse de Barack Obama, o Presidente negro a quem cantou “This is your land”, a mesma terra que agora, lhe presta homenagem, pelo sentido que deu à musica tradicional popular. Parabéns Pete Seeger!
sexta-feira, 1 de maio de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Porcos... e maus!

O Vírus alterado /H1N1, designado por vírus suínico, surge da mutação anterior conhecida como gripe das aves. Já proposto ser designado como Gripe Mexicana, esta nova possibilidade de pandemia, deverá alertar os mais avisados das possibilidades do terrorismo económico na manipulação e dessiminação de armas bactereológicas. A informação pode ser filtrada em vários documentos já editados na Internet, pois as notícias generalizadas fazem apenas cabeçalhos com alertas que apenas espalham o medo e receio do contágio, proporcionando assim o regresso das vacinas que entopem os stocks dos Serviços Gerais de Saúde de vários países, de duvidosa eficácia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já classificou a situação como uma “ameaça à saúde pública” de nível 3 (sendo o máximo seis) com dimensão internacional. Refira-se apenas que esta estirpe de vírus (gripal) é mutante, reforçando ano a ano a sua capacidade de acção e aperfeiçoando assim o seu meio de propagação, que se pode agora delinear, como; aves – suínos – homem. Até que ponto podem os medicamentos aperfeiçoar as próprias capacidades do vírus, é a questão pertinente.
Na Cidade do México, onde residem 20 milhões de pessoas, todas as escolas foram encerradas e a população aconselhada a evitar o metro assim como locais de muito público, como consequência, milhares de pessoas em pânico de contágio, acorreram às máscaras de protecção sem entenderem nuito bem o que se passa. A solução proposta: o Tamiflu!
“A multinacional norte-americana, Baxter International, com sede em Deerfield, Illinois (USA) nos últimos meses, vendeu vacinas contaminadas com o vírus da gripe das aves, a duas dezenas de países, entre os quais europeus”, alerta o site científico alemão Lifegen. *(artigo: Viral Pandemic H5N1 flu threat)*
“Esta notícia tem implicações directas com uma substância activa patenteada pela Gilead Sciences, uma empresa fundada há 20 anos pelo ex-chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld.”, acrescenta ao aviso a MRA_Alliance, o site noticioso de língua portuguesa, e explica; "O caso foi descoberto pela rede científica PROMED segundo a qual a Bartex, através da sua subsidiária na Áustria, “forneceu, não intencionalmente, amostras contaminadas com o vírus da gripe das aves, que foram usadas em laboratórios de três países vizinhos.”
A PROMED revelou que a contaminação foi descoberta em Fevereiro, num laboratório da República Checa… (…) *
(ver) a noticia pode ser lida em http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=3333*
sábado, 25 de abril de 2009
35 Anos Depois
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007 - SIM
Guantano - NÃO
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
PORTUGALLIAE

( wdl.org )
Abril é mês das REVOLUÇÕES.
A BDM é uma iniciativa da UNESCO, da Biblioteca do Congresso Americano e da Biblioteca de Alexandria, marcando assim novos tempos no acesso à cultura, acesso gratuíto pela via da Internet, afrontando assim a ignorância e subsequênte exploração dos povos no acesso à cultura.
Um bem haja! Que das flores plantadas nasça o Homem Novo, nas madrugadas da Lusitânia, na Revolução dos Cravos.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Que Futuro?

. The Movie (zeitgeist)
. Addendum (zeitgeist)
O futuro começa agora, se bem que um pouco tarde...
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Mensageiro Sideral

O Sentido da Vista
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2009
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Galileu
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Kepler
sábado, 28 de março de 2009
O caso"Freeport"
posted in Expresso 28 Março 2009
"Como tudo começou?" reporta-me para a velha expressão "No inicio era o caos"...
depois, veio a Ordem com a separação das trevas e da luz. Do que se fica a saber é que do início mesmo, como e quando tudo começou, nada sabemos.
Com tanta desOrdem actual, parece que voltamos ao início da matéria, ao próprio Caos!
Mas, diz-se, que este princípio, o do Caos, tem como propriedade equilibrar todas as coisas existentes. Logo este caos aparente, esconde e revela, tanto a verdade como o seu oposto.
Sendo aqui a matéria retratada, o "caso freeport", este por si, indica do que é composto, diria mesmo, do carácter do objecto. E o seu carácter é matéria relevante, embora não revelador.
Se por um lado todos sabemos do que se trata, ninguém parece saber o que é, como foi, e muito menos do seu porvir. Como tudo começou ou vai acabar, é pois, mera particularidade, o que deveras importa é o todo, e este todo é a separação da Ordem e do Caos, doutra maneira, a verdade e a mentira governam juntos...
Isto tudo para dizer, apenas, que cada um sabe do que é capaz. De tudo e todos os outros, não sabemos nada.
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sábado, 21 de março de 2009
Chegou a Primavera

terça-feira, 10 de março de 2009
TIBETE 50 anos

sábado, 7 de março de 2009
A$ Razõe$ da Crise
« Para melhor entendimento do actual mundo financeiro»
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O que circula pela Net…
A informação que a informação não dá sobre a crise do – subprime. .
Artigo do semanário alemão "Die Zeit" – Para onde foi o dinheiro?
(extenso, abrangente e explicativo do crash de Outubro de 2008)
Sábado, Dezembro 20, 2008 14:19
Die CRASH DIE ZEIT, 27.11.2008 Nº. 49
[http://www.zeit.de/2008/49/DOS−Wo−steckt−das−Geld]
de Kerstin Kohlenberg e Wolfgang Uchatius
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"A crise financeira destruiu enormes fortunas. Os milhares de milhões de Euros não desapareceram, mas estão a ser redistribuídos. O rastro do dinheiro leva-nos às empresas de construção americanas, aos gestores bancários alemães e aos novos investidores chineses.
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“Na tarde do dia 31 de Outubro, no 2º. andar de uma moradia pintada de amarelo, no centro de Frankfurt, um fax começa a imprimir. Sai um total de 5 páginas. Na primeira página lê-se o cabeçalho do Commerzbank, na última a assinatura do Presidente do Conselho, Martin Blessing. Algures pelo meio encontra-se o número decisivo: 8,2 mil milhões de Euros. É este valor elevado que o Commerzbank pede à República Federal da Alemanha, representada pelo grupo "Soffin", o fundo extraordinário criado recentemente para a estabilização dos mercados financeiros.
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Na manhã do dia 17 de Novembro às 9H30, o Presidente do Conselho da Hypo Real Estate, Axel Wieandt, que se encontra na sala de conferência perto do Englischer Garten em Munique, agarra o telefone e fala com analistas financeiros de todo o mundo. Durante uma hora e dois minutos Wieandt relata sobre o que se passa no banco. O resumo: 3,05 mil milhões de Euros de prejuízos no terceiro trimestre de 2008.
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Na noite do dia 19 de Novembro Josef Ackermann, o chefe do Deutsche Bank, encontra-se na periferia da zona governamental em Berlim, na sala da Academia Católica, sentado num cadeirão azul claro perante 300 pessoas a quem diz que "esta é praticamente a primeira crise global e ainda nos encontramos na fase de gestão da crise".
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Quanto tempo durará esta crise? De acordo com a estimativa do Banco da Inglaterra os institutos financeiros em todo o mundo já perderam 2,8 bilhões de dólares. São 2800 mil milhões, o valor equivalente de 140 milhões de modelos VW Golf. Diz-se que o dinheiro "se evaporou", "desapareceu". E continua a perder-se dinheiro. A que montante ascenderá o prejuízo? Quantas falências se seguirão? Quantos mais bancos e grupos industriais terão que ser auxiliados pelo Governo? Ninguém sabe. No entanto a pergunta provavelmente mais interessante já tem resposta.
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Para onde foi o dinheiro?
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Os milhões desaparecidos transformaram-se em mármore no deserto do Nevada.
Esta pergunta é o início de uma longa viagem pelo deserto americano, pelo sistema bancário em Frankfurt e pela gestão de fundos na China. O Primeiro-ministro italiano, e empresário dos meios de comunicação social, Sílvio Berlusconi também surge na história, assim como uma pensionista alemã, que teve a sorte de não perder um único Euro na crise financeira. Esta senhora também desempenha um papel importante na crise, pois nestas semanas tem ajudado a salvar o mundo com o seu dinheiro, apesar de não fazer a mais pequena ideia disso.
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Durante a busca do rastro do dinheiro será demonstrado que é raro o este desaparecer para sempre e pouco provável que ele se queime. No entanto veremos que muda de proprietário com elevada frequência.
Onde está então o dinheiro? Onde estão os 2,8 bilhões de dólares?
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Existem muitas pessoas na Alemanha a quem poderíamos fazer esta pergunta: economistas, conselheiros financeiros, gurus da bolsa. Há um homem que parece estar mais apto para responder do que a maioria, porque, aparentemente, é um dos poucos que realmente percebeu os acontecimentos no mercado nos últimos anos.
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O homem chama-se Max Otte. Ele acaba de chegar de uma palestra em Frankfurt, amanhã voa para Viena onde aparecerá em televisão. Pelo meio tem uma tarde livre. Actualmente, Otte é muito requisitado. Ele entra no seu apartamento no centro de Colónia, tira o seu casaco e desaperta a gravata. Tem 44 anos e é de estatura baixa e corpulenta. Ainda há dois anos era um professor de economia desconhecido e leccionava no Politécnico (Fachhochschule) em Worms. Quando ligava a televisão via, de vez em quando, outros professores de economia, que não leccionavam no Politécnico, mas nas Universidades. Faziam quase sempre afirmações sobre o crescimento contínuo da economia e dos valores das acções.
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Otte defendia uma opinião contrária e estava convencido que o mundo caminhava para uma catástrofe económica.
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Decidiu escrever um livro no qual previa a queda nas bolsas, o colapso das bancas e a potencial insolvência do maior grupo americano de construtores de automóveis, a General Motors. "Se ler correctamente os sinais que a economia mundial nos transmite, haverá um enorme estrondo", escreveu Otte. Deu ao seu livro o título de "O crash vai chegar" (título original Der Crash kommt). Otte passou a ser o homem que sabia tudo. Já vendeu 200.000 exemplares e a versão em chinês já está a ser editada.
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Para onde foi o dinheiro? Otte fica a pensar e diz: "Se quiser saber para onde foi o dinheiro terá que viajar para a os subúrbios das grandes cidades na América. Tem que ver as casas." Por exemplo este: Mantua Avenue nº. 70, na pequena cidade de Henderson, estado do Nevada. Sobre o palacete paira um toque da Toscana com telhas redondas de barro, obturadores em madeira, uma varanda coberta e pequenos pinheiros no jardim. Olhando para o horizonte avistam-se os casinos de Las Vegas a brilhar. Olhando em redor vêm-se muitos palacetes, uns ao lado dos outros.
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A povoação chama-se Inspirada. Existem centenas de casas desabitadas, centenas de estruturas e dúzias ge estradas, como a Via Delle Arti Street ou Palazzo Reale Avenue. Estas estradas pretendem levar um pouco da Itália para a América, mas levam todas ao deserto. Esta terra era precisamente isso – deserto – antes de uma empresa imobiliária americana, a Toll Brothers começar a esbanjar o dinheiro aqui, num monte de areia com alguns cactos.
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Este boom imobiliário prolongou-se por dez anos, os créditos foram atribuídos a quase toda a gente. Foram investidos 550 milhões de dólares no terreno perto de Las Vegas, 790 hectares, do tamanho de 1400 campos de futebol. Outro tanto foi gasto para abrir caminhos, estradas e esgotos. Uma vendedora exageradamente maquilhada abre a porta da casa Toscana nº. 70. Trabalha para os irmãos Toll há dez anos. Dez anos em que ela e Las Vegas viviam bem. A vendedora aponta para o chão em mármore de 15.000 dólares, para a superfície de trabalho em granito de 1.300 dólares, para as escadas em cerejeira de 3.500 dólares e para o jacuzzi na casa-de-banho de 1.250 dólares.
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"Meu nome é Bob Toll." Ouve-se a voz vinda de um televisor na sala de estar. No plasma gigante passam inúmeros vídeos de vendas dos Toll Brothers. Clientes satisfeitos relatam sobre a felicidade de viverem em casas de sonho.
O valor pedido pelos Toll Brother ascende aos 600.000 dólares, diz a vendedora. Também avisa que há margem de negociação, pois pretende-se apenas reaver os custos. Mesmo assim não aparecem compradores, nem para as casas nesta rua, nem em qualquer outra. O dinheiro dos irmãos Toll está preso nas casas.
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Portanto, podemos encontrar a primeira resposta à pergunta sobre o paradeiro do dinheiro na cidade fantasma perto de Las Vegas: só no estado do Nevada estão 22 mil casas à venda. Em todo o país existem 4,67 milhões de casas e apartamentos desabitados. Ninguém os quer. Custaram uma média de 212.000 dólares o que perfaz um total de 990 mil milhões de dólares presos nas paredes e no chão.
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Ao longo de dez anos as empresas de construção americanas edificaram continuamente centenas, milhares de casas denominadas de McMansions com cinco quartos, escadas de acesso, candeeiros imponentes e pórticos. Ao longo de dez anos efectuaram os seus negócios, porque durante dez anos os americanos compravam tudo com quatro paredes.
O dinheiro para o negócio provinha dos bancos.
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Neste contexto, é necessários saber que os empréstimos são a base de qualquer sistema financeiro e que o crédito é o tipo de negócio mais antigo do capitalismo. A pessoa "A" pede um montante emprestado ao banco "B", que "A" paga com uma taxa, o juro. Trata-se de um bom negócio para ambas as partes. O banco encaixa os juros e obtém um lucro considerável. A pessoa "A" pode investir o dinheiro do empréstimo p. ex. na compra de uma casa que de outra forma seria impossível. A presunção é de que "A" possa auferir o crédito de “B”.
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Como é possível a crise americana afectar todo o mundo?
Nos últimos anos praticamente qualquer americano podia ter um crédito atribuído. Os juros eram mais baixos que nunca e a procura de casas aumentava. Consequentemente também aumentavam os preços. Devido a esse aumento acentuado de preços os agentes imobiliários começaram a contactar empregadas domésticas ou trabalhadores sazonais cujo salário era de cinco dólares a hora. Explicavam-lhes: Se comprar uma casa por 200.000 dólares e depois não for capaz de pagar o crédito, não haverá qualquer problema. Os preços aumentam. Em cinco anos o valor da casa ascenderá os 300.000 dólares. Desta forma poderá levantar um novo crédito sob a casa e pagar o antigo. Nada pode correr mal…
Portanto, as empregadas domésticas e os trabalhadores sazonais acorreram aos bancos. E os bancos atribuíam os créditos. Eles sabiam que se não conseguissem reaver o dinheiro, não havia qualquer problema, pois assim a casa seria deles. Além do mais em cinco anos o valor aumentaria para 300.000 dólares. Tratava-se de um negócio que conhecia apenas vencedores, pelo menos enquanto os preços subiam. Por este motivo as empresas de construção construíam mais e mais casas, 1,2 milhões de casas, ano a ano. E, logo, o número de pessoas a pedir mais dinheiro para as comprar aumentava.
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Até acontecer o que o economista americano de renome, Robert Shiller, da Universidade de Yale descreve de forma lapidar: "A enorme oferta de novas casas saturou o mercado e os preços dos imóveis começaram a descer."
De um momento para o outro, milhões de americanos não conseguiam novos créditos para financiar as antigas hipotecas. De um momento para o outro, os bancos hipotecários americanos perceberam que não iriam reaver os elevados montantes que tinham emprestado. Era o previsível Crédito-mal-parado.
Este dinheiro está embutido nos imóveis impossíveis de vender. Está também nos bolsos dos agentes imobiliários e dos proprietários anteriores, que venderam as suas casas com lucros. Está nas mãos dos produtores de cimento, nos condutores das retroescavadoras e nos trolhas que, desta forma, provavelmente conseguiram comprar carros japoneses, frigoríficos de marca alemã ou brinquedos, para as suas crianças, fabricados na China.
São os bancos hipotecários americanos que agora têm falta de dinheiro, não os grupos financeiros alemães, ingleses e suíços. Então como é possível que as más especulações sejam perpetradas por bancos americanos e os institutos bancários em todo o mundo registarem perdas de 2,8 bilhões de dólares? Como é possível que o banco alemão Commerzbank necessite de uma injecção de capital de 8,2 mil milhões de Euros por causa de casas não vendáveis no deserto do Nevada?
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Max Otte já disse que para perceber a expansão da crise é necessário dirigir os olhares para a indústria financeira. Desde há semanas as suas palestras têm como tema o mercado de capitais e as bolsas mundiais. Fala da Wall Street, da América, sua segunda pátria, onde se doutorou, em Princeton, tendo leccionado em Boston antes de se tornar um cidadão americano.
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A indústria financeira é predominantemente constituída pelos bancos de investimentos, diz Otte. Bancos como Goldman Sachs, JP Morgan, Morgan Stanley ou Lehman Brothers, cujos negócios se prendem principalmente com acções, empréstimos, opções e contratos a prazo. Na verdade não fazem nada de diferente de fabricantes de telemóveis, p.ex. Estão sempre à procura de novos telemóveis, ainda melhores. Os bancos de investimento procuram constantemente novos e melhores títulos de valor. Ambos ambicionam apenas uma coisa, vender os seus produtos.
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O produto que faz com que a crise se espalhe por todo o mundo chama-se Mortgage Backed Securities. O primeiro a vender este produto em grande estilo foi um banqueiro de investimentos natural da Itália e a residir em Brooklyn, Nova Iorque. Seu nome é Lewis Ranieri.
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As filas de cadeiras pretas do auditório Piper da Universidade de Harvard estão todas ocupadas quando Ranieri sobe ao pódio nos dias da crise. Tem 60 anos. Os cabelos e a barba estão grisalhos. No entanto a sua barriga que, conforme se consta, costumava ingerir Fast Food continua na mesma. Ranieri veio a Harvard explicar como tudo se descontrolou após a sua invenção. Coloca o discurso preparado à sua frente e respira fundo, depois pára e diz: "Bem, vou simplesmente dizer o que me vier à mente." Diz isso numa linguagem de classe operária de Nova Iorque. Ranieri não estudou em Harvard, nem em Stanford ou Princeton. Na verdade nem estudou, mas conseguiu ir mais longe que muitos banqueiros provenientes de universidades elitistas.
Há 30 anos os créditos eram objecto de especulação para os ricos.
Em 1968, com 20 anos de idade, iniciou a sua carreira profissional no departamento de correio do banco de investimentos Salomon Brothers, em Nova Iorque. A organização deste departamento foi tão eficiente que o banco lhe ofereceu trabalho como vendedor de títulos de valor. "Ele era desregrado, fala-barato e avarento", recorda um colega de então, "mas tinha o charme de uma pessoa que queria ser amada."
.Em 1978 Ranieri foi promovido a chefe do departamento de hipotecas do Salomon Brothers criado pouco tempo antes. Os bancos hipotecários americanos já tinham distribuído no país créditos no valor de 1,2 Bilhões de dólares. Já nesse ano, o mercado de hipotecas era maior que todo o mercado de acções dos EUA. Enquanto milhões de pessoas ganhavam com o mercado das acções, os créditos hipotecários eram um negócio entre duas partes apenas. O dinheiro ia do banco "B" para a pessoa "A" e vice-versa. Ranieri alterou isso. Ele fez do mercado hipotecário uma enorme bolsa, na qual qualquer um podia adquirir quotas das hipotecas em qualquer altura.
Ele transformou o crédito que "A" pediu ao banco americano "B" em título de valores. Assim, estes títulos já podiam ser vendidos ao banco alemão "C", ao banco inglês "D" e ao banco suíço "E". "
Começou assim... toda a CONFUSÃO Financeira!
A$ Razõe$ da Crise?
“PRODUTOS TÓXICOS” - 2ª Razão
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"Ranieri juntou várias hipotecas individuais num grande pacote que, dividido em partes, podia ser vendido – o tal Mortgage Backed Securities conhecido por MBS. Claramente dito estamos a falar de títulos de valor seguros por hipotecas. A partir daí os compradores de casas pagavam os juros das hipotecas apenas pró-forma aos bancos hipotecários. De facto, o dinheiro caía nos bolsos dos que tinham adquirido os títulos: bancos em todo o mundo, seguradoras, fundos de investimentos e seus clientes. Todos estes compradores apostavam no pagamento dos créditos das muitas pessoas "A".
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Teóricamente este negócio era bom para todos. O cliente recebia o crédito e comprava a casa, o vendedor dos títulos de valor recebia os juros e o banco hipotecário não precisava de esperar anos a fio para receber o dinheiro emprestado. Ele tinha vendido o crédito e já podia atribuir um novo. No início, tudo funcionava às mil maravilhas. Os títulos MBS de Ranieri tornaram-se bestsellers. Outros bancos de investimento entraram no negócio.
Casas de dinheiro e investidores financeiros de todo o mundo queriam estes títulos: o Deutsche Bank, o UBS suíço, o Crédit Agricole francês, o Royal Bank of Scotland britânico, o Grupo Mizuho japonês. A certa altura os pedidos de títulos MBS ultrapassavam a quantidade de hipotecas existentes nos EUA.
Portanto, era preciso arranjar mais hipotecas. Os bancos hipotecários flexibilizaram os seus critérios de atribuição. Deixaram de pedir capital próprio, não pediam informações sobre os rendimentos, interessavam-se por trabalhadores sazonais e empregadas domésticas. E porque que motivo não devia ser permitido aos desempregados comprar três casas? Em pouco tempo atribuiu-se o nome Suprime a este tipo de crédito – de segunda classe. Nos anos 2000 a 2005 o volume subiu em 495 mil milhões de dólares para 625 mil milhões. Juntamente com os créditos de primeira classe, atribuídos a médicos e advogados solventes, foi possível transformar também as hipotecas Subprime em títulos de valor vendáveis.
Em 2005 o Goldman Sachs distribuiu dez mil milhões de dólares em prémios.
O tom de voz de Ranieri subiu. "Quando inventamos o sistema, a compra de uma casa era uma decisão para a vida!", diz ele. Mais tarde só interessava apostar em preços imobiliários em alta. "Mas os preços podiam baixar, mesmo que não quiséssemos acreditar nisso."
Ele também não queria.
Enquanto as empregadas domésticas e os trabalhadores sazonais especulavam para o futuro, os bancos de investimento inventavam novos produtos financeiros que escondiam os riscos gigantescos destas hipotecas. O que, em circunstâncias normais, seria apelidado de burla tinha agora nomes mais complicados como Collateral Debt Obligations ou Credit Default Swaps.
Estas taxas aumentaram os lucros dos bancos de investimento e foram encaminhadas via pagamentos de prémios para os colaboradores. O Goldman Sachs p.ex., um dos bancos de investimento nova-iorquinos mais antigos distribuiu pelos seus colaboradores um bónus de dez mil milhões de dólares em 2005, no auge do boom. Fazendo as contas, cada colaborador receberia 500.000 dólares, mas não foi assim que o banco fez as contas. Só o administrador de então, Henry Paulsen recebeu 38,3 milhões. Entretanto vemos Paulsen na função de Ministro da Finanças dos EUA. O dinheiro que esta semana procura desesperadamente também foi para o seu bolso.
Na altura o dinheiro foi dos bancos de todo o mundo para os bancos hipotecários americanos, mas um fluxo secundário levava o dinheiro para os bancos de investimento e seus gestores. Dos bancos hipotecários passou para os compradores de casas. Daí voltavam para os bancos de todo o mundo e para os proprietários de títulos de crédito, se os trabalhadores sazonais e as empregadas domésticas tivessem capacidade de saldar as dívidas e se os preços imobiliários tivessem subidos.
No centro de Frankfurt existe uma zona de bancos, com um arranha-céus mais alto que os outros. Tem 259 metros de altura e é o segundo maior edifício da Europa. Trata-se de uma torre triangular de vidro e dos últimos pisos irradia um brilho amarelo de noite, parecendo pintado com cores florescentes. É o amarelo do Commerzbank e neste Banco Comercial alemão estão 300 especialistas à procura da antiga fortuna.
A torre tem 50 pisos e nove jardins artificiais onde os colaboradores podem tomar café e vislumbrar a cidade. No piso 19º nascem bambus, no 35º, oliveiras e quatro pisos acima encontra-se o Departamento Financeiro. Entre os pisos 30º, e 42º, trabalham 300 pessoas. Não dão créditos, nem vendem títulos de valor. Na realidade o seu trabalho nada tem a haver com negócios bancários. Mesmo assim têm actualmente o trabalho mais importante no Commerzbank.
Têm que calcular quanto dinheiro o banco possui ou quanto lhe falta. Mais precisamente: Quanto ainda valem as propriedades do banco, os títulos de valor, os imóveis e os créditos. Chamam a este processo levantamento do valor. Os resultados são enviados para o último piso onde se encontra a Administração, directamente para a mesa de Eric Strutz.
Têm que relatar muitíssimos valores, este mês.
Strutz é o Presidente do Conselho do Commerzbank. Ninguém sabe mais sobre a fortuna do banco do que ele. Tem 44 anos de idade e é um dos mais jovens a ocupar esta posição na Alemanha. É um homem corpulento com um forte aperto de mão. Quando fala olha o interlocutor nos olhos, mesmo quando fala sobre assuntos desagradáveis, dizendo p.ex. "Este desenvolvimento dos mercados não era previsível."
O Commerzbank investiu 1,2 mil milhões de Euros nos títulos Subprime. Ainda detém a maioria dos títulos, mas já ninguém quer comprá-los. Já não existe mercado para estes títulos. No seu balanço, o Commerzbank vê-se obrigado a contabilizar estes títulos com o valor de mercado exacto. Embora os títulos e as hipotecas ainda existam já não há mercado para eles. O dinheiro desapareceu.
Uma parte desse dinheiro desapareceu para sempre nas casas vazias e em eminente degradação, mas a outra parte provavelmente reaparecerá. Na realidade ainda há detentores de créditos que pagam as suas dívidas. Muitos americanos conseguí-lo-ão. Trabalharão mais, gastarão menos e pagarão os créditos. Desta forma irá dinheiro para os proprietários dos títulos, voltará a haver compradores para eles, abrindo assim o caminho para voltarem a ter um valor de mercado. Só é preciso aguardar até que o caos se resolva. Tal como faz o pequeno accionista, cujas acções de veículos se encontram no valor mais baixo de sempre. Se for inteligente e tiver a capacidade financeira, espera até que a conjuntura se recomponha. Depois, o valor das acções aumentarão e o dinheiro voltará.
Esta é a grande pergunta dos últimos meses que os investidores financeiros de todo o mundo se colocam. De um momento para o outro os títulos de valor, que nada têm a haver com as hipotecas dos EUA, também perdem valor, nomeadamente os créditos estatais da Islândia, da Itália e da Grécia.
Para os 300 especialistas em balanço do Commerzbank isto significa reavaliar constantemente o capital do seu banco. Está cada vez menor. Os números que os contabilistas entregam esta semana a Eric Strutz permitem-lhe reproduzir o curso da crise. Correcções dos valores na sequência da crise Subprime desde Agosto: 144 milhões de Euros. Depois da falência do Lehman: 371 milhões de Euros. Seguem-se as dificuldades na Islândia: 260 milhões de Euros.
Quem ainda tem dinheiro investe-o e depois da crise será mais rico do que antes.
O resultado é que os bancos em todo o mundo precisam urgentemente de dinheiro para compensar as perdas de valor, muito mais dinheiro do que tinha sido investido nos créditos americanos Subprime. De repente já não se tratava de cem milhões de dólares, mas de muitos bilhões.
Outro resultado também é que as bolsas de todo o mundo de repente oferecem muito dinheiro para ganhar.
Mas as acções de quase todas as empresas não estão a perder valor desde há muitos meses? Não se fala de 23 bilhões de dólares que arderam nas bolsas?
Exactamente. O dinheiro desapareceu, mas não se queimou. Evaporou-se e isto tem outro significado nas bolsas. É como o vapor que se transforma em água quando arrefece. Assim, o dinheiro torna-se líquido e aparece.
Acontece que em muitos casos agora pertence a outras pessoas.
"Vá ao 2iq e pergunte pelo Sílvio Berlusconi" disse Max Otte.
Num edifício de escritórios junto a um cruzamento e perto do edifício de bancos em Frankfurt encontram-se os irmãos Patrick e Robert Hable a avaliar os dados do mercado de capitais. Trata-se de dados especiais, os denominados negócios de insider.
Basta premir na tecla e Patrick Hable lê no monitor quem são os gestores que compraram acções das suas empresas para o seu depósito particular. São imensos. "Os dirigentes aproveitam os baixos valores da crise para comprar acções económicas", diz Hable.
Levará muito tempo até o valor das acções aumentar e estabilizar. Mas quando chegar o momento uma grande parte dos bilhões que desapareceu das bolsas durante a crise ressurgirá. E pertencerá aos que investiram durante a crise, aos gestores de topo, aos investidores ricos, portanto aos que já tinham recebido o dinheiro nos anos passados. Um exemplo é Silvio Berlusconi. Em meados de Outubro o Primeiro-Ministro italiano e também empresário investiu 16 milhões de Euros em acções da sua empresa de meios de comunicação, a Mediaset, no momento em que esta tinha atingido o valor mais baixo de sempre.
Outro exemplo é Warren Buffet. O investidor financeiro, e homem mais rico do mundo, acabou de comprar parte do grupo americano General Electric por 2,1 mil milhões de dólares.
E há também o príncipe saudita Alwaleed Bin Talal, que na semana passada anunciou a compra de acções da empresa americana Citibank, na qual o governo dos EUA injectou um capital de 20 mil milhões de dólares, por 350 milhões de dólares. A China aproveita a crise para entrar nas empresas ocidentais a baixo custo.
Um dos maiores vencedores da crise poderá ser um homem magro com óculos, que fala em tom baixo e sorri frequentemente entre as frases que pronuncia. O homem chama-se Gao Xiqing. No interesse do seu superior, a República da China, investirá 80 mil milhões de dólares em empresas estrangeiras nos próximos meses. Gao Xiqing é chefe da China Investment (CIC), um dos maiores fundos estatais do mundo criado recentemente.
Há vinte anos, no início do verão de 1989, o homem de 55 anos participou na manifestação na Praça da Paz Celestial (ou Praça de Tiananmen) em Pequim. O exército matou vários milhares de pessoas, mas Gao abandonou a praça antes deste acontecimento. Conforme afirma mais tarde, tinha chegado à conclusão que havia uma melhor forma de reforçar a democracia na China e desenvolver a economia. O governo investiu 200 mil milhões de dólares na CIC. A missão de Gao Xiqing é aumentar a riqueza do estado chinês. No ano passado Gao adquiriu uma parte da Morgan Stanley, o segundo maior banco de investimentos nos EUA por 5 mil milhões de dólares.
Gao Xiqing dá sempre a mesma resposta, que "a influência política não é da sua conta. Só queremos fazer lucro. Ainda só estamos no início."
No final da conversa Max Otte colocou um livro na mesa. Tem como título Der große Crash 1929 (título original: Great Crash 1929). O autor, John Kenneth Galbraith, morreu há dois anos com 97 de idade. Ele é considerado um dos economistas mais importantes do século XX. No seu livro explica como se desenvolveu a crise financeira mundial dos anos 30. Uma editora alemã reeditou o livro e Otte escreveu o prefácio.
Nos anos 30 os bancos também foram à falência e as acções perderam valor. Galbraith avançou com uma explicação interessante; Os ricos tinham-se tornado demasiado ricos.
O 0,1 por cento dos americanos mais ricos detinha nessa altura perto de 40 por cento do capital total. Como resultado, Galbraith aponta que muitos não sabiam o que fazer com o dinheiro, portanto começaram a especular e a procurar novos produtos de investimento.
Nunca mais a riqueza dos EUA ficou distribuída de forma tão desequilibrada como então. Desde há alguns anos a situação parece-se inevitavelmente com os dos anos dourados 20. E mais uma vez chegamos a uma grande crise.
Os ricos tornaram-se novamente demasiados ricos?
No entanto, a perspectiva pode dar uma volta de 180 graus. É possível que os americanos pobres fossem demasiado pobres, e não apenas eles, os trabalhadores sazonais e as empregadas domésticas, mas também a classe média. Entretanto, os 40% da classe menos privilegiada detêm apenas 0,2 por cento do capital total dos EUA. Quem, no passado, quisesse manter o passo a nível social só tinha uma opção. Tinha que levantar um crédito para os estudos dos filhos, para o seguro de saúde, para a casa.
Por fim haviam muitas pessoas incapazes de pagar as suas dívidas. Por este motivo, é agora o Estado a pagá-las em quase todo o mundo."